O tratamento de feridas na pele pode ser muito mais complicado do que a maioria da população acredita que seja. Os cuidados com uma ferida exigem trabalhos multidisciplinares, com muitos medicamentos e curativos e, sem tudo isso, essas lesões podem ser levadas a um estado irreversível e ocorrer, inclusive, a necrose da região ou a amputação do membro.
Mesmo que não se tenha dados e estudos exatos e significativos que se relacionem à incidência e prevalência do tratamento de feridas agudas e/ou crônicas no Brasil, existem artigos que mostram o impacto psíquico, social e econômico em pessoas com lesões crônicas, mais especificamente, lesões de membros inferiores, representando a segunda maior causam de afastamento do trabalho em empresas brasileiras.
Já não é atual que se sabe que as feridas devem ser protegidas e cuidados, pois as tentativas humanas de estimular com rapidez a cicatrização de lesões ultrapassa a Antiguidade. Observa-se também que os estudos têm avançado muito com a produção de novos produtos e técnicas que aceleram o reparo tissular, porém esses tratamentos são de alto custo, levando a classe média baixa e baixa a não terem condições de se tratarem. Isso levou alguns profissionais da área a procurarem e pesquisarem por terapias com excelentes resultados e que tivessem um custo menor, encontrando assim a Ozonioterapia.
O ozônio é um gás formado por moléculas constituídas de três átomos de oxigênio cada. A ideia de usar o ozônio na medicina foi desenvolvida vagarosamente durante o último século e seu uso foi estimulado devido às suas propriedades desinfetantes e antibióticas. Entre os agentes oxidantes, o ozônio é o terceiro mais forte, após o flúor e o persulfato, fato esse que explica sua alta reatividade (Barreira, 2000).
A ozonioterapia não tem base em um simples conceito homeopático, onde qualquer traço será ativado, mas se baseia em uma farmacologia firme, a de que o ozônio significa e age como uma droga real, e como tal deve ser quantitativamente concisa (Hernandes et al, 1995).
Esse é um tratamento incrivelmente válido, em especial nas doenças vasculares isquêmicas (causadas por aterosclerose, diabetes, uremia, tabagismo, etc.) e também para cicatrização de feridas crônicas, escaras, úlceras crônicas (pé diabético), feridas por queimaduras, fístulas intratáveis e infecções de pele, cavidade oral, vagina, reto (Barreira, 2000).
E vejamos que curioso: a maioria das pessoas que sofrem com essas patologias crônicas vivem em países onde a ozonioterapia ainda não está liberada. Será que isso se dá porque essas pessoas não tem acesso a essa terapia tão simples e útil nos seus postos de saúde públicos?
São várias as vias de administração da ozonioterapia no tratamento de feridas, incluindo as vias tópicas e sistêmicas, mas o mais importante é saber que a ozonioterapia pode promover, no tratamento de feridas redução do custo do tratamento, reabilitação precoce do profissional, com diminuição do tempo de recuperação; diminuição da morbidade de diversas patologias, com ganho na qualidade de vida e redução de até 80% da taxa de amputação de membros de pacientes com gangrena diabética (Barreira, 2000).
Eis que deixamos explicada aqui mais uma grande terapia econômica e fácil para tratamentos tão complexos e prejudiciais à população.
Referências bibliográficas
Barreira, Ana Cristina de Carvalho. Ozonioterapia no tratamento de feridas. Rev. Terapias
Coadjuvantes, p. 721. Seção XXVI.
Hernandez F, Menendez S, Alvarez I. Blood and tissue biochemical study of normo and
hypercholesterolemic rabbits treated with ozone. Proc. Of the 12th World Congress oh the
International Ozone Association, vol 3. Ozone in Medicine.Lille,1995, pp. 251?255.